NO PANTEÃO, COM ARISTIDES E SOPHIA




Pensar os Direitos Humanos foi a proposta da ALEM, para a manhã fria, mas muito soalheira do primeiro sábado de dezembro. optou-se, então, por começar a conversa no exterior da antiga igreja de Sta. Engrácia, hoje, o Panteão Nacional, que era o objeto da visita programada. Aconchegados no murete a contornar a entrada, no final da grande escadaria que vai da rua até ao edifício do Panteão, ali se juntaram os que vinham para esse encontro.

José Cymbron

Mais uma vez, com José Cymbron, investigador em Direitos Humanos e Literatura. Especializado na obra de Sophia de Mello Breyner é, também, um profundo conhecedor da personalidade e da causa de Aristides Sousa Mendes, na qual milita há muitos anos.


A sessão aconteceu no âmbito do Projeto Mensagem, e destinou-se, muito particularmente, a professores. 


        Deus quis que a terra fosse toda uma
        Que o mar unisse, já não separasse 
                     
O Infante, Mensagem 

Estes versos de Pessoa foram escolhidos pelo orientador da visita para dar início à conversa, sempre enriquecida pela competência comunicativa que lhe conhecemos. 

       

                                    

          

         

Daqui se partiu para uma reflexão sobre a prática dos Direitos Humanos, apoiada, tanto no pensamento, em verso ou prosa, de muitos dos nossos grandes escritores, como nas ideias de outros ilustres que, através dos seus escritos, deram, também, um grande contributo para a questão dos Direitos Humanos, ainda hoje quase ausente em tantas sociedades. Miguel Torga, Sophia de Mello Breyner, Eugénio Lisboa, João de Deus, Guerra Junqueiro, Aquilino Ribeiro, Drumond de Andrade, João Cabral  de Melo Neto, José Craveirinha, Fernando Sylvan, Manuel Alegre, Ana Luísa Amaral, Manuel Costa Alves, Pero Vaz de Caminha, Abel Salazar, António Sousa Mendes, Assunção Esteves, tiveram algumas das suas ideias ali debatidas, ou citadas, já que a sessão, uma viagem pela História de Portugal e da Humanidade,no que respeita à promoção da dignidade do indivíduo, foi pontuada por leituras de diferentes textos sobre personalidades e acontecimentos ali invocados. A visita ao interior do Panteão, riquíssima, deu continuidade ao trabalho já iniciado, com alusão aos portugueses sepultados em túmulo, ou representados nos cenotáfios do Panteão.  


Adélia Gomes e António Sousa Mendes 


      "Candelabro ASM"  Video escultura 

Aristides de Sousa Mendes foi lembrado numa breve cerimónia junto à placa inscrita com o seu nome, desde 19 de outubro de 2021 e ainda, na observação minuciosa do Candelabro ASM, uma vídeo escultura, patente ao público de 3 de dezembro a 6 de março de 2022, na nave central do Panteão. É uma obra imaginada pelo neto Sebastian Mendes, construída pelo artista plástico Werner Klotz e acompanhada pela artista Almut Kuhne.A obra interpreta o dilema de Aristides nos dias anteriores à decisão que salvaria milhares de pessoas do terror nazi.


Um muito obrigado a todos os que estiveram connosco, em mais esta jornada de conscientização para o real exercício dos Direitos Humanos. 














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